quinta-feira, 16 de julho de 2009

Auto-Retrato





Acordara naquela noite com um arrepio inconstante e frio no meio do calor que se fazia sentir.

Incapacidade de autodefinição, saudade, sufoco, vazio.

Pegando numa das muitas folhas ali caídas ao pé da cama, preparava-se para escrever algo, quando se apercebeu da ridicularidade de continuar a descarregar os seus delírios numa escrita em terceira pessoa.

Foi então que pousei a caneta, me virei para o outro lado e, deitando a cabeça, desisti de ser quem quer que fosse naquele momento.








Ilustração de Bruno Clemente e texto de Leonor Figueiredo